Existem diversas modalidades, como (1) prova de um dia, disputada por equipes que percorrem distâncias entre 60 e 280 km; (2) provas individuais contra o relógio, os competidores pedalam entre 15 a 80 km de distância, as largadas são individuais e ganha quem fizer o menor tempo, evitando as saídas em “pelotão”; (3) provas contra o relógio por equipes; (4) provas por etapas, disputadas no mínimo em dois dias, como ocorre no Tour de França; (5) ultra maratona, competição com distâncias muito longas e dura vários dias, por exemplo, Race Across América, que se percorre o Estados Unidos de costa a costa em uma distância de aproximadamente 4.900 Km.
No Brasil, este esporte está se tornando cada vez mais importante, e isso é evidente até nas academias de ginásticas com as aulas de spinning.Na realidade o ciclismo indoor foi uma técnica criada em 1995 por Johnny G, que elaborou um programa para que pudesse treinar em sua garagem, mas hoje faz parte das aulas nas academias: spinning e RPM.
Devido a imporância desse esporte existem diversos estudos analisando as principais lesões que ocorrem nesses atletas, as regiões mais afetadas são os joelhos (24 a 66%), coluna cervical (3 a 31%) e coluna lombar (3 a 66%).
Porém, a maioria desses estudos foram feitos com os atletas recreacionais e por esse motivo Clarsen B et al (2010), procurou estudar o registo de lesões de overuse (“micro traumas de repetição”) nos atletas de elite, visto que existe uma diferença significativa no nível de treinamento e competições entre eles.Um atleta Amador percorre ao redor de 7.114 km e participa em média de 2,9 eventos não competitivos por ano. Enquanto, um atleta profissional treina entre 25.000 a35.000 km e completa de 50 a 100 dias de corridas por ano.
LESÕES EM ATLETAS
JOELHO
A dor anterior do joelho e coluna lombar foram as mais prevalentes com 36% e 58%, respectivamente. E apesar da frequência das lesões do joelho terem uma incidência menor do que a da coluna, segundo Clarsen B et al essas eram as principais responsáveis pela perda de tempo ou ausência nos treinamentos.
DOR ANTERIOR: a patela sofre uma grande pressão contra o fêmur pela contração do quadríceps e o excesso de flexão aumenta essa pressão podendo provocar lesões da cartilagem articular (condropatia), o atleta também pode estar predisposto a tendinites do aparelho extensor: tendão quadricipital, patelar, etc.
SÍNDROME DO ATRITO DO TRATO ILIO TIBIAL
Outra condição importante é a síndrome do trato ilio-tibial (TIT), um proceso inflamatório que ocorre pelo atrito do TIT contra a borda do côndilo lateral.
O trato ilío tibial é uma fáscia longa que se origina em um pequeno feixe muscular da pelve e segue pela face lateral da coxa até se inserir em uma região logo abaixo do joelho denominada Tubérculo de Gerdy.
O atrito ocorre normalmente ao redor de 30o de flexão do joelho, e é devido a um excesso de atividade (overuse).
Apesar de existirem fatores predisponentes para essa lesão, os quais devem ser diagnosticadas pelo seu médico, alguns fatores externos favorecem essa lesão, como a posição do pedal e altura incorreta do banco da bicicleta.
Os tratamentos podem ser desde medicamentoso até cirúrgico.
COLUNA
A dor na coluna lombar normalmente está relacionada à contratura muscular, sem lesões de compressão, apesar de ser importante avaliar e confirmar essa condição pelo exame clínico detalhado.
A posição horizontalizada do ciclista, melhorar a aerodinâmica, difere muito da posição fisiológica, provocando forças de tração nos ligamentos posteriores, sendo uma das causas de dores lombares.
Na coluna cervical normalmente desenvolvem pontos gatilho miofaciais, denominado síndrome miofascial, e atinge principalmente dois músculos: trapézio e levantador da escápula, e estão relacionadas com a postura de hiperextensão do pescoço.
As dores na coluna pelo ciclismo são multifatoriais e estão relacionadas com: tipo de selim, guidão, quadro, tempo de corrida, etc.
As lesões nas mãos dependem do tipo da bicicleta e modalidade de ciclismo, podendo provocar a síndrome do canal de Guyon, com a compressão do nervo ulnar, ou síndrome do túnel do carpo, (nervo mediano).
PÉ E TORNOZELO
Alguns exemplos de lesões nessa região são: tendinite tendão calcâneo, tibial anterior, fibulares e fasceíte plantar.
VASCULARES
ENDOFIBROSE DA ARTÉRIA ILÍACA EXTERNA
Esta artéria é comprimida pela posição de flexão do quadril, e pode reduzir a performance do atleta pela redução da oxigenação dos membros inferiores. E em alguns casos é necessário o tratamento cirúrgico.
SÍNDROME COMPARTIMENTAL DA PERNA
Normalmente ocorre no compartimento anterior, o atleta apresenta uma dor intensa na região anterior da perna que piora com a atividade esportiva.
OUTROS
Além dessas lesões descritas, ainda há as lesões de pele, perineais, urológicas, etc.
Parabéns por abordar esportes não tão difundidos no Brasil e disponibilisar informações para uma prática esportiva mais segura e também como mais uma fonte de pesquisa. Bela iniciativa.
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