segunda-feira, 25 de abril de 2011

Instabilidade Anterior do Ombro (Luxação)

O ombro é uma articulação formada pelo úmero, glenóide, envolto por um conjunto de ligamentos e músculos.  A cabeça do úmero, é um osso esférico e grande que se articula com uma superfície rasa (a glenóide), e graças a essa combinação pode-se realizar grande amplitude de movimento, porém isso torna a articulação mais vulnerável a lesões.
Este sistema complexo formado pela cápsula, ligamentos e grupos musculares associado a fatores físico-quimicos permite  estabilização da articulação a ponto que a mesma, consiga sustentar grande quantidade de peso e lançar objetos com amplo arco de movimento.


A lesão de uma dessas estruturas que compõe a articulação leva a instabilidade que pode ser dividida em 3 grupos: (1) as lesões traumáticas agudas, (2) por microtrauma, (3) atraumáticas.
As lesões traumáticas agudas, geralmente estão associadas a luxação do ombro, ou seja, quando ocorre a perda completa da congruência articular da cabeça do úmero com a glenóide, e geralmente acontece em atletas jovens.  Nesses casos, geralmente, o esportista sente dor forte, perde a função do braço e necessita a ação de um profissional médico para a redução da articulação.  Em alguns casos, o paciente revela que conseguiu "colocar o ombro no lugar", essa situação geralmente é por uma perda parcial da congruência articular e é denominada subluxação.
A luxação provoca uma lesão muito grande de partes moles (ligamentos, cápsulas, tendões, etc), e por esse motivo existe risco de um novo episódio por um trauma menos intenso. A idade do paciente está relacionado com a recidiva da luxação. Alguns estudos observaram que 80% dos pacientes abaixo dos 20 anos tiveram nova lesão.
Os casos por microtrauma, ocorrem principalmente nos esportes em que se usa a "alavanca" do braço, como volei, handebol, beisebol, natação e outros.  O uso intenso das estruturas estabilizadoras do ombro, produz lesões microtraumáticas, levando à deformação plástica progressiva das estruturas capsuloligamentares.  Nesta situação o único sintoma do paciente é a dor, que pode ser confundida como decorrente a uma tendinite ou dor muscular, enquanto a causa é uma instabilidade articular.
Os casos de lesões atraumáticas estão relacionados com frouxidão ligamentar, característica inerente ao próprio paciente, cujo o tratamento inicial é clínico, mas também pode ser considerada a cirurgia em alguns casos.
O diagnóstico da instabilidade é feito por exame clínico, levando em consideração o tipo de atividade do paciente, histórico de luxação, presença de atrofia muscular, frouxidão ligamentar, etc, associado aos exames de imagem.
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.  O primeiro envolve medidas analgésicas e anti-inflamatórias com o uso de medicamentos, imobilização e fisioterapia.
O tratamento cirúrgico apresenta excelentes resultados, principalmente nos casos traumáticos, e pode ser feito por via aberta ou mesmo pela artroscopia.
A indicação do melhor método cirúrgico envolve a idade do paciente, nível de atividade, número de luxações, alterações ósseas associadas ("desgaste do osso"), etc.


Dr. Marcos Paulo Pires

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